"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

PERDÃO, ME APAIXONEI...

 Bem, queria lhe passar por meio desta, que nada foi programado (como sempre costumo fazer). Desta vez até tentei combater quando notei que indiretamente estava chegando onde achava que não deveria. 

- Olha, eu preciso falar contigo, mais tarde te ligo.
- tem certeza que tá falando com a pessoa certa?
- Tenho, mais tarde te ligo.

 Sabemos bem a tensão que paira no ar quando alguém diz: "quero falar depois", e como eu posso ter feito alguma besteira nesse meio tempo, isso torna tudo mais tenso ainda, mas... 

 Tarde, o telefone tocou, a minha insônia tava ainda mais ativa, eu sabia quem era, mas a ideia era saber do que se tratava. Então naqueles segundos entre meu quarto e a sala, passou-se um filme dos últimos acontecimentos. 

 - Oi, então, eu nem sei como começar... (aquele silêncio de quem quer perguntar, mas tem medo da resposta). 
 - Diga. 

 Sabe, naquela hora eu sabia do que se tratava, talvez fosse mais das minhas paranoias, ou tivesse torcendo pra que fosse... Não lembro exatamente a ordem das palavras, e tentei reduzir o incomodo que ambas as partes estavam sentindo ao falar naquele assunto.

  É complicado quando se quer falar algo importante, mas não queremos magoar, logo entendi, e falei: "- Eu já sei do que se trata, pode ficar tranquila, somos amigos, né?"
  
 Eu de fato pensava aquilo, de fato tinha essa ideia, porém, depois disso, as coisas embaçaram de um jeito... 

 Aí está feita a desgraça, ou não. Não quero que isso seja tomado como algo "pesado", ou como uma responsabilidade, não me dói a distância, não me maltrata tanto imaginar com quem estás, ou algo assim. Isso se parece muito com a minha insônia, não parecia que ia me manter acordado, mas fui caindo no sono, sem reversão. Não é necessário falar da amizade, acho que entre nós ela é bem clara, bem forte, por sinal, o que realmente quero falar, é das coisas que eu já debati e repeti várias vezes na minha mente, sempre questionando por que de ser tão complicado de reverter.




 Me perdoe, minha amiga. Eu me apaixonei.

 Além da amizade que temos, e que eu quero continuar tendo, sabendo que isso pode atrapalhar tudo, eu me apaixonei. 
 Me perdoe por transformar minhas "trilhas sonoras" de outras pessoas em sua trilha, por começar a identificar seu cheiro nas outras pessoas com quem cruzo no meu dia-a-dia. 
 Desculpe-me a falta de frieza, eu não consegui conter, e de fato eu quis.
 Levando em conta que sou metódico, eu sempre sei quando quero ou não me apaixonar, sempre sei onde posso entrar, isso sabendo que vou me ferrar, sempre sei onde posso arriscar, mas, dessa vez, eu realmente tentei evitar. 
 Espero que entenda que esse simples texto não é uma forma de lhe pressionar a nada. E que me deixe contemplar da sua irritante, engraça, afetiva, agradável, dolorosa, alegre, louca e exagerada presença. Quem sabe assim possa usufruir de mais dias legais como os que passamos sempre que estamos juntos.

 Esse texto começou a ser escrito quando as "outras" passaram a cada dia ter menos sentido, quando vi que "nem era isso tudo", comparando com o agora, só as decepções foram maiores. Quando deixei os "contatinhos" de lado sem notar, foram perdendo a importância... 

 Não tome esse longe texto como uma tentativa de lhe comover ou convencer de algo, mas caso ele lhe convença, me notifique dessa novidade, como ainda não tenho planos pra um "depois do texto", talvez possamos planejarmos juntos, ou não. 

2 comentários:

  1. Perdão, me apaixonei. Esse texto ficou na homepage por tanto tempo com muitos méritos, parabéns ao autor, espero que não haja dor em suas palavras

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